Oque você procura?

Receba nossas últimas notícias por E-mail

Seu e-mail para receber as notícias:

Delivered by FeedBurner

segunda-feira, 31 de março de 2008

A cura encontrada no mato e no mar

Pesquisadores descobrem anticoagulantes naturais que poderão avançar o tratamento de doenças cardiovasculares e circulatórias. Um dos estudos venceu categoria do prêmio Jovem Cientista
Hércules Barros - Da equipe do Correio
Do veneno de uma lagarta conhecida como taturana pode sair a cura para a trombose. De cor marrom e com espinhos esverdeados, a Lonomia obliqua, nome científico do animal típico do sul do país, solta uma substância para se proteger dos predadores que causa síndrome hemorrágica e pode levar à morte. As experiências com o material tóxico levou à descoberta, por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) de um anticoagulante que poderá ser aplicado em doenças cardiovasculares decorrentes de problemas circulatórios.
“Com financiamento e apoio de laboratórios farmacêuticos, em três anos poderemos falar em escala industrial de um medicamento”, explica a especialista em biologia molecular Ana Beatriz Gorini da Veiga, 29 anos. Ela foi primeiro lugar no XXI Prêmio Jovem Cientista deste ano com a pesquisa e será recebida em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 12.
O contato com a lagarta faz com que o veneno entre na corrente sangüínea, com sintomas aparecendo rapidamente, entre 24 e 72 horas. As hemorragias são tanto internas como externas. Há registro de casos de hemorragia intracerebral e insuficiência renal aguda. De difícil diagnóstico, e às vezes confundido com a picada de uma jararaca, os efeitos do veneno viraram objeto de estudo de Ana Beatriz.
Para chegar à versão comercial do anticoagulante vão anos de estudos. Por enquanto, a cientista pesquisou alguns genes que produzem a proteína do veneno e conseguiu separar as tóxicas das que podem ter resultado positivo para a medicina. “Há vários princípios ativos a serem estudados. A pesquisa abriu portas para vários doutorados de estudo das moléculas do veneno”, explica.
Ao analisar os componentes existentes, a pesquisadora montou um catálogo das principais moléculas produzidas pela lagarta. O próximo desafio será produzir proteínas recombinantes para chegar a um antídoto contra o efeito hemorrágico do veneno da taturana e um anticoagulante que sirva para os problemas de saúde ligados à circulação sangüínea.
“A descoberta em seis anos é um prazo rápido para a pesquisa”, ressalta Beatriz. Segundo a pesquisadora, os medicamentos costumam levar de 20 a 50 anos de estudos antes de serem comercializados. “As pessoas não têm noção do quanto o pesquisador sofre até o remédio ficar pronto e chegar às prateleiras da farmácia da esquina”, conta.
Ajuda marinha
O tratamento da trombose e de outras doenças cardiovasculares também ganhou um aliado marinho. Pesquisa do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para comparar a cartilagem humana com a de invertebrados do fundo do mar acabou em uma descoberta promissora no combate a problemas em veias e artérias.
Em órgãos das acídias — espécie oceânica popularmente conhecida como batata-do-mar — foram encontradas substâncias análoga à heparina, principal composto usado nos medicamentos de combate às doenças vasculares. O anticoagulante extraído do animal oceânico promete substituir o tratamento terapêutico atual, à base de heparina comercial produzida a partir de intestinos e pulmões de bovinos e suínos e diminuir riscos terapêuticos. “Por derivar de boi ou porco, o medicamento tradicional pode ter algum agente patogênico, como a proteína priom, causadora do mal da vaca louca”, explica o pesquisador Mauro Pavão, do Laboratório de Tecido Conjuntivo do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.
Efeitos colaterais
Segundo Mauro, a pesquisa começou sem a pretensão de desenvolver um novo medicamento para a trombose. A constatação da forte ação anticoagulante da heparina do invertebrado apareceu durante a fase de testes com ratos de laboratório. “Provocamos o aparecimento de trombose venosa e arterial nos camundongos para ver se a substância marinha prevenia a formação de trombose nas veias e artérias dos animais”, detalha.
A eficácia da substância foi menor que a do medicamento utilizado hoje, mas o pesquisador pondera que os efeitos colaterais são menos preocupantes. “A heparina comercial pode levar a sangramento e hemorragia. A heparina retirada da batata-do-mar não apresentou esse efeito colateral nos teste in vitro”, diz.
O QUE É
A trombose venosa ocorre quando há entupimento de alguma veia e geralmente leva à inflamação de órgãos. Já a trombose arterial acomete as artérias responsáveis pela irrigação do coração e do cérebro, causando infarto ou acidente vascular cerebral, o popular derrame. Quase sempre está relacionada à arteriosclerose, inflamação que cicatriza em forma de coágulo e passa a circular na artéria.
(HB)

segunda-feira, 10 de março de 2008

Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama - Viva Mulher

O que é o Programa?
O Programa Viva Mulher consiste no desenvolvimento e na prática de estratégias que reduzam a mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e sociais do câncer do colo do útero e de mama. Por meio de uma ação conjunta entre o Ministério da Saúde e todos os 26 Estados brasileiros, além do Distrito Federal, são oferecidos serviços de prevenção e detecção precoce em estágios iniciais da doença, assim como tratamento e reabilitação em todo o território nacional.


Qual a situação atual da doença?
Câncer do colo do útero

Dentre todos os tipos, o câncer do colo do útero é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, chegando perto de 100%, quando diagnosticado precocemente. Seu pico de incidência situa-se entre 40 e 60 anos de idade e apenas uma pequena porcentagem ocorre abaixo dos 30 anos.

Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2008.

Câncer de mama

No Brasil, o câncer de mama é a maior causa de óbitos por câncer na população feminina, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos.
Leia mais.

Um dos fatores que dificultam o tratamento é o estágio avançado em que a doença é descoberta. A maioria dos casos de câncer de mama, no Brasil, é diagnosticada em estágios avançados (III e IV), diminuindo as chances de sobrevida das pacientes e comprometendo os resultados do tratamento.

A quem o Programa se destina?
Em relação ao câncer de colo do útero

Para impedir o avanço da doença no Brasil o Programa Viva Mulher desenvolve ações de detecção precoce, dirigidas às mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos de idade, que incluem o diagnóstico precoce (através de exame Papanicolaou e exames de confirmação diagnóstica) e o tratamento necessário de acordo com cada caso.

Em relação ao câncer de mama
Com intuito de detectar as lesões malignas da mama, o Viva Mulher preconiza, de acordo com as recomendações do
Consenso para Controle do Câncer de Mama, a realização do exame clínico das mamas para mulheres de todas as faixas etárias, como parte do atendimento integral à mulher. Para mulheres acima de 40 anos de idade, esse exame deve ser realizado anualmente e, para aquelas na faixa etária de 50 a 69 anos recomenda-se a realização de uma mamografia, pelo menos, a cada dois anos. As mulheres submetidas a esses exames devem ter acesso garantido aos demais procedimentos de investigação diagnóstica e de tratamento quando necessário.

Como é feita a prevenção?
Câncer do colo do útero

A prevenção primária pode ser realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual, uma vez que a prática de sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio com o HPV (vírus do papiloma humano), vírus esse que tem um papel importante para o desenvolvimento do câncer e de suas lesões precursoras.


A principal estratégia utilizada para detecção precoce dessa doença no Brasil, é através do rastreamento, que significa realizar o exame preventivo (Papanicolaou) em mulheres sem os sintomas da doença, com o objetivo de identificar aquelas que possam apresentar a doença em fase muito inicial, quando o tratamento pode ser mais eficaz. O exame preventivo (Papanicolaou) é dirigido a mulheres de 25 a 59 anos que devem submeter-se ao exame periodicamente.

A periodicidade preconizada para a realização desse exame é, inicialmente, 1 exame por ano. No caso de 2 exames normais seguidos (com intervalo de 1 ano entre eles), o exame deverá ser feito a cada 3 anos. Em caso de exames com resultados alterados a mulher deve seguir as orientações fornecidas pelo médico que a acompanha.
O exame Papanicolaou pode ser realizado em postos ou unidades de saúde, próximos a residência da mulher, que tenham profissionais de saúde treinados para essa finalidade.

Câncer de mama
Não existem evidências científicas conclusivas que justifiquem estratégias específicas de prevenção primária. Ações de promoção à saúde dirigidas ao controle das doenças crônicas não-transmissíveis (o que inclui o câncer de mama) devem focar os fatores de risco, especialmente, a obesidade e o tabagismo.

A detecção precoce é a principal estratégia para controle do câncer de mama. Segundo as orientações do Consenso para o Controle do Câncer de Mama, as seguintes ações são recomendadas para o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas:

  • Exame Clínico das Mamas realizado anualmente, para as todas as mulheres com 40 anos ou mais. O Exame Clínico das Mamas deve fazer parte, também, do atendimento integral à mulher em todas as faixas etárias;
  • Mamografia, para as mulheres com idade entre 50 a 69 anos, com o intervalo máximo de dois anos entre os exames;
  • Exame Clínico das Mamas e Mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama. São consideradas mulheres de risco elevado aquelas com: um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de mama antes dos 50 anos; um ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama bilateral ou câncer de ovário; história familiar de câncer de mama masculina; lesão mamária proliferativa com atipia comprovada em biópsia;
  • As mulheres submetidas ao rastreamento devem ter garantido o acesso aos examesde diagnóstico, ao tratamento e ao acompanhamento das alterações encontradas.

O auto-exame das mamas não deve substituir o exame clínico realizado por profissional de saúde treinado para essa atividade. Entretanto, o exame das mamas pela própria mulher ajuda no conhecimento do corpo e deve estar contemplado nas ações de educação para a saúde.


O exame de Papanicolaou

Como é feita a coleta do material para o exame?
O Programa estabelece padrões para a coleta do material do exame preventivo do câncer do colo do útero, de modo a assegurar a qualidade da avaliação do esfregaço (material coletado) e aumentar a capacidade operacional dos laboratórios.


Figura 1 - Confecção do esfregaço ectocervical
em lâmina única

Figura 2 - Confecção do esfregaço endocervical
em lâmina única
Quais as precauções que a mulher deve ter antes do exame Papanicolaou? A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto, exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado.


O exame clínico das mamas e a mamografia
Como é realizado o exame clínico da mama?

É a palpação da mama, das regiões axilares e das supraclaviculares, realizado por um profissional de saúde (médico ou enfermeiro) durante uma consulta. Nesse exame, poderão ser identificadas alterações na mama e caso necessário será indicado um exame mais específico, como a mamografia.

O que é a mamografia?
A mamografia é um exame radiológico realizado em um aparelho de alta resolução que permite visualizar imagens tumorais e calcificações. Consiste em colocar a mama entre duas placas e emitir um raio-X. A radiação recebida pela paciente é pequena, não sendo prejudicial à saúde. A mamografia permite identificar lesões não-palpáveis e descobrir o câncer de mama quando o tumor ainda é bem pequeno.


Resumo atual do Programa
Em relação ao câncer de colo do útero
O programa introduziu a Cirurgia de Alta Freqüência (CAF) nas unidades secundárias de saúde, com a capacitação de 244 pólos para este tipo de tratamento. Foi implantado, em nível nacional, o SISCOLO - Sistema de Informação de Controle do Colo do Útero -, uma base de dados capaz de fornecer subsídios para a avaliação e planejamento do Programa.

Em relação ao câncer de mama
Foram lançados o Projeto de Capacitação de Recursos Humanos na Área de Saúde, que elabora e distribui o material para treinamento de profissionais de diversos níveis de atenção à saúde e o Projeto de Organização da Rede de Serviços, que adquiriu 50 mamógrafos e 135 pistolas para biópsia por agulha grossa (Core Biopsy) nos pólos de diagnósticos estaduais. Esses equipamentos foram distribuídos pelos 26 estados e Distrito Federal de acordo com as necessidades loco-regionais.



Órgão responsável e parcerias

O Ministério da Saúde por intermédio do Instituto Nacional de Câncer, em parceria com as 27 Secretarias de Saúde.




Mais informações no site: http://www.inca.gov.br/index.asp

Doação de Sangue - Ministério da Saúde

Um simples gesto pode salvar a vida de muita gente:

Tem sempre alguém esperando sua doação. Não cruze os braços para esse problema. Doar sangue não dói, é fácil, rápido, não afeta a sua saúde e você salva muitas vidas. O sangue é um composto de células que cumprem funções como levar oxigênio a cada parte do nosso corpo, defender nosso organismo contra infecções e participar na coagulação. Não existe nada que substitua o sangue. Assim, ele é vital e quando uma pessoa precisa de uma transfusão de sangue, ela precisa de você! A quantidade de sangue retirada não afeta a sua saúde porque a recuperação é imediatamente após a doação. Em uma pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450ml de sangue. É pouco para você e muito para quem precisa! Você passará por uma entrevista que tem o objetivo de dar maior segurança para você e aos pacientes que receberão o seu sangue. Seja sincero ao responder as perguntas! Neste momento você também receberá informações e poderá tirar todas as suas dúvidas.

Condições básicas para doar sangue:

  • Sentir-se bem, com saúde;
  • Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional;
  • Ter entre 18 e 65 anos de idade;
  • Ter peso acima de 50Kg.

Recomendações para o dia da doação:

  • Nunca vá doar sangue em jejum;
  • Faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior a doação;
  • Não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores;
  • Evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação;
  • Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas antecedentes a doação;
  • Interromper as atividades por 12 horas as pessoas que exercem profissões como: pilotar avião ou helicóptero, conduzir ônibus ou caminhões de grande porte, subir em andaimes e praticar pára-quedismo ou mergulho.

Quem não pode doar?

  • Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade;
  • Mulheres grávidas ou amamentando;
  • Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas;
  • Usuários de drogas;
  • Aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos.

O que acontece depois da doação?

O doador recebe um lanche, instruções referentes ao seu bem estar e poderá posteriormente conhecer os resultados dos exames que serão feitos em seu sangue. Estes testes detectarão doenças como AIDS, Sífilis, Doença de Chagas, HTLV I/II, Hepatites B e C, além de outro exame para saber o tipo sanguíneo. Se for necessário confirmar algum destes testes, o doador será convocado para coletar uma nova amostra e se necessário, encaminhado a um serviço de saúde.

O que acontece com o sangue doado?

Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (como hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais da cidade para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.



Mais informações no site: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1296

Programa Nacional de Controle da Dengue - Ministério da Saúde

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.

Em nosso país, as condições socioambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde sua reintrodução em 1976 e o avanço da doença. Essa reintrodução não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente empregados no combate às doenças transmitidas por vetores em nosso país e no continente. Programas essencialmente centrados no combate químico, com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração intersetorial e com pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

Nos primeiros seis meses deste ano, 84.535 pessoas tiveram dengue, enquanto que, em 2003, as notificações chegaram a 299.764. Saiba qual é a situação atual da dengue no Brasil e o que tem sido feito para sua erradicação.

NOVAS AÇÕES
O controle proposto pelo Programa Nacional de Controle da Dengue trouxe mudanças efetivas em relação aos modelos anteriores. Veja o que tem sido prioritário. O controle da transmissão do vírus da dengue se dá essencialmente no âmbito coletivo e exige um esforço de toda a sociedade. Por isso, é prioritário para o PNCD:

1. a elaboração de programas permanentes, uma vez que não existe nenhuma evidência técnica de que a erradicação do mosquito seja possível, a curto prazo;
2. o desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização das pessoas, de maneira a se criar o envolvimento da sociedade na manutenção do ambiente doméstico livre de potenciais criadouros do vetor;
3. fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para ampliar a capacidade de predição e de detecção precoce de surtos da doença;
4. melhoria da qualidade do trabalho de campo de combate ao vetor;
5. integração das ações de controle da dengue na atenção básica, com a mobilização dos Programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e Programas de Saúde da Família (PSF);
6. utilização de instrumentos legais que facilitem o trabalho do poder público na eliminação de criadouros em imóveis comerciais, casas abandonadas etc;
7. atuação multissetorial por meio do fomento à destinação adequada de resíduos sólidos e a utilização de recursos seguros para armazenagem de água;
8. desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, estados e municípios.

PROGRAMA NACIONAL
Com as dificuldades enfrentadas nas diversas tentativas de erradicação da doença, a idéia é garantir uma forte campanha de mobilização social, em 2002 o objetivo passa a ser a redução do dano causado pela doença. A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.

Em nosso país, as condições socio-ambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde sua reintrodução em 1976 e o avanço da doença. Essa reintrodução não conseguiu ser controlada com os métodos tradicionalmente empregados no combate às doenças transmitidas por vetores. Programas com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem integração intersetorial e com pequena utilização do instrumental epidemiológico mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

Em 1996, o Ministério da Saúde decidiu rever sua estratégia e propôs o Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa). Ao longo do processo de implantação desse programa observou-se a inviabilidade técnica de erradicação do mosquito a curto e médio prazos. O PEAa, mesmo não atingindo seus objetivos, teve méritos ao propor a necessidade de atuação multissetorial e prever um modelo descentralizado de combate à doença, com a participação das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal.

A implantação do PEAa resultou em um fortalecimento das ações de combate ao vetor, com um significativo aumento dos recursos utilizados para essas atividades, mas ainda com as ações de prevenção centradas quase que exclusivamente nas atividades de campo de combate ao Aedes aegypti. Essa estratégia, comum aos programas de controle de doenças transmitidas por vetor em todo o mundo, mostrou-se absolutamente incapaz de responder à complexidade epidemiológica da dengue.

Os resultados obtidos no Brasil e o próprio panorama internacional, onde inexistem evidências da viabilidade de uma política de erradicação do vetor, a curto prazo, levaram o Ministério da Saúde a fazer uma nova avaliação dos avanços e das limitações, com o objetivo de estabelecer um novo programa que incorporasse elementos como a mobilização social e a participação comunitária, indispensáveis para responder de forma adequada a um vetor altamente domiciliado.

Diante da tendência de aumento da incidência verificada no final da década de 90 e da introdução de um novo sorotipo (Dengue 3) que prenunciava um elevado risco de epidemias de dengue e de aumento nos casos de Febre Hemorrágica de Dengue (FHD), o Ministério da Saúde, com a parceria da Organização Pan-Americana de Saúde, realizou um Seminário Internacional, em junho de 2001, para avaliar as diversas experiências bem sucedidas no controle da doença e elaborar um Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue (PIACD).

A introdução do sorotipo 3 e sua rápida disseminação para oito estados, em apenas três meses, evidenciou a facilidade para a circulação de novos sorotipos ou cepas do vírus com as multidões que se deslocam diariamente. Estes eventos ressaltaram a possibilidade de ocorrência de novas epidemias de dengue e de FHD. Neste cenário epidemiológico, tornou-se imperioso que o conjunto de ações que vinham sendo realizadas e outras a serem implantadas fossem intensificadas, permitindo um melhor enfrentamento do problema e a redução do impacto da dengue no Brasil. Com esse objetivo, o Ministério da Saúde implantou em 2002 o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD).

Muito embora outras causas tenham influenciado, considera-se que as ações do PNCD, desenvolvidas em parceria com Estados e Municípios, tenham contribuído na redução de 73,3% dos casos da doença no primeiro semestre de 2004 em relação ao mesmo período do ano anterior. Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde mostram que, nos primeiros seis meses de 2004, 84.535 pessoas tiveram dengue, enquanto que, em 2003, as notificações chegaram a 299.764.




Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU - Ministério da Saúde



O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192) é um programa que tem como finalidade prestar o socorro à população em casos de emergência. Com o Samu/192, o governo federal está reduzindo o número de óbitos, o tempo de internação em hospitais e as seqüelas decorrentes da falta de socorro precoce. O serviço funciona 24 horas por dia com equipes de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e socorristas que atendem às urgências de natureza traumática, clínica, pediátrica, cirúrgica, gineco-obstétrica e de saúde mental da população.


O SAMU realiza o atendimento de urgência e emergência em qualquer lugar: residências, locais de trabalho e vias públicas. O socorro é feito após chamada gratuita, feita para o telefone 192. A ligação é atendida por técnicos na Central de Regulação que identificam a emergência e, imediatamente, transferem o telefonema para o médico regulador. Esse profissional faz o diagnóstico da situação e inicia o atendimento no mesmo instante, orientando o paciente, ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras ações.

Ao mesmo tempo, o médico regulador avalia qual o melhor procedimento para o paciente: orienta a pessoa a procurar um posto de saúde; designa uma ambulância de suporte básico de vida, com auxiliar de enfermagem e socorrista para o atendimento no local; ou, de acordo com a gravidade do caso, envia uma UTI móvel, com médico e enfermeiro. Com poder de autoridade sanitária, o médico regulador comunica a urgência ou emergência aos hospitais públicos e, dessa maneira, reserva leitos para que o atendimento de urgência tenha continuidade.

A partir dessa atuação, o SAMU tem um forte potencial para corrigir uma das maiores queixas dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que é a lentidão no momento do atendimento. Historicamente, o nível de resposta à urgência e emergência tem sido insuficiente, provocando a superlotação das portas dos hospitais e pronto-socorros, mesmo quando a doença ou quadro clínico não é característica de um atendimento de emergência. Essa realidade contribui para que hospitais e pronto-socorros não consigam oferecer um atendimento de qualidade e mais humanizado.

O SAMU 192 é o principal componente da Política Nacional de Atenção às Urgências, criada em 2003, que tem como finalidade proteger a vida das pessoas e garantir a qualidade no atendimento no SUS. A política tem como foco cinco grandes ações:

* organizar o atendimento de urgência nos pronto-atendimentos, unidades básicas de saúde e nas equipes do Programa Saúde da Família;
* estruturar o atendimento pré-hospitalar móvel (SAMU 192);
* reorganizar as grandes urgências e os pronto-socorros em hospitais;
* criar a retaguarda hospitalar para os atendidos nas urgências; e
* estruturar o atendimento pós-hospitalar.

A Rede Nacional SAMU 192 possui hoje 130 serviços de atendimento móvel às urgências, atendendo, com isso, 1.066 Municípios brasileiros, num total de 97,9 milhões de pessoas.




Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=456

Doe vida. Doe órgãos - Ministério da Saúde

O nascimento é a celebração maior da vida, quando uma nova pessoa surge e traz felicidade para todos. Mas existe outro momento que enche de alegria os corações de muitos: é o nascer de novo. A oportunidade de recomeçar a vida, quando as esperanças já são poucas, é o maior presente que alguém pode receber. E existem pessoas que precisam muito deste presente. Por isso, o Ministério da Saúde está investindo na conscientização a respeito da Doação de Órgãos. Sua participação é fundamental. Seus órgãos, tecidos, medula óssea e sangue podem salvar vidas. Avise a sua família que você quer ser doador. No Brasil, a doação só acontece com o consentimento dos familiares. Se você tem um doador na família, respeite a vontade dele.

Como posso me tornar um doador de órgãos?

O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte. A doação de órgãos é um ato pelo qual você manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condiçães de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.




Brasil Sorridente - Ministério da Saúde

Na última década, o Brasil avançou muito na prevenção e no controle da cárie em crianças. Contudo, a situação de adolescentes, adultos e idosos está entre as piores do mundo. E mesmo entre as crianças, problemas gengivais e dificuldades para conseguir atendimento odontológico persistem. Para mudar esse quadro, o governo federal criou a política Brasil sorridente, que reúne uma série de ações em saúde bucal, voltadas para cidadãos de todas as idades.

Pela primeira vez o Governo Federal criou uma política de saúde bucal para a população. Isso se deve ao comprometimento do governo com a redução das desigualdades e com a construção de uma política de inclusão social.

Até o lançamento do Brasil Sorridente em 17 de março de 2004, apenas 3,3% dos atendimentos odontológicos feito no SUS correspondiam a tratamentos especializados. A quase totalidade era de procedimentos mais simples, como extração dentária, restauração, pequenas cirurgias, aplicação de flúor.

Nesse sentido, a Política Brasil Sorridente propõe garantir as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, entendendo que esta é fundamental para a saúde geral e a qualidade de vida da população. Ela está articulada a outras políticas de saúde e demais políticas públicas, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).

No âmbito da assistência, as diretrizes da Política Brasil Sorridente apontam, fundamentalmente, para a ampliação e qualificação da atenção básica, possibilitando o acesso a todas as faixas etárias e a oferta de mais serviços, assegurando atendimentos nos níveis secundário e terciário de modo a buscar a integralidade da atenção, além da equidade e a universalização do acesso às ações e serviços públicos de saúde bucal.

A Política Nacional de Saúde Bucal apresenta, como principais linhas de ação, a viabilização da adição de flúor a estações de tratamento de águas de abastecimento público, a reorganização da Atenção Básica (especialmente por meio da Estratégia Saúde da Família) e da Atenção Especializada (através, principalmente, da implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias).


O Brasil Sorridente receberá até o final de 2006, investimentos de mais de R$ 1,3bilhão. Em 2003, foram investidos cerca de R$90 milhões em incentivos para a saúde bucal no saúde da Família, superando em R$40 milhões os investimentos do ano anterior. Ainda em 2004, o relatório do Tribunal de Contas da União apontou um crescimento de 45% nos atendimentos realizados, fato jamais registrado anteriormente. Em 2005, os recursos chegam a mais de R$400 milhões.



Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=406

Projeto Olhar Brasil - Ministério da Saúde

São conhecidos os altos percentuais de problemas oftalmológicos que afetam a população brasileira e a desigual distribuição dos recursos humanos e financeiros para a sua abordagem. Os problemas visuais respondem por grande parcela de evasão e repetência escolar, pelo desajuste individual no trabalho, por grandes limitações na qualidade de vida, mesmo quando não se trata ainda de cegueira.

Os dados epidemiológicos disponíveis para o Brasil mostram que 30% das crianças em idade escolar e 100% dos adultos com mais de 40 anos apresentam problemas de refração que interferem em seu desempenho diário e, conseqüentemente na sua auto-estima, na sua inserção social e em sua qualidade de vida.

A estatística mundial de prevalência de miopia e astigmatismo estima que 30% dos indivíduos com menos de 40 anos de idade necessitam ou necessitarão de óculos, além de parte dos casos de hipermetropia. Após os 40 anos de idade 100% da população mundial apresentam o processo de vista cansada ou presbiopia, interferindo na visão para perto, com conseqüente piora da leitura, escrita e outras atividades que exijam boa visão a curta distância.

Alguns problemas simples e que não são considerados com a ênfase devida podem responder por dificuldades na desejável inclusão social de pessoas com problemas visuais. É o caso dos erros de refração, na maioria das vezes passíveis de solução através do uso de óculos.

Buscando dar respostas a esses problemas e, reconhecendo as dificuldades de acesso da população brasileira não só à consulta oftalmológica, mas também à aquisição dos óculos, os Ministérios da Saúde e da Educação lançaram o Projeto Olhar Brasil, através da Portaria Interministerial nº. 15 de 24 de abril de 2007.

Objetivo principal
Identificar problemas visuais, em alunos matriculados na rede pública de ensino fundamental (1ª a 8ª série), no programa “Brasil Alfabetizado” do MEC e na população acima de 60 anos de idade, prestando assistência oftalmológica com o fornecimento de óculos nos casos de detecção de erros de refração. Propiciando assim, condições de saúde ocular favorável ao aprendizado do público alvo melhorando o rendimento escolar e a qualidade de vida desta população de forma a reduzir as taxas de evasão e repetência .


Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1298

Sistema Nacional de Transplantes - Ministério da Saúde

O Sistema Nacional de Transplantes desde sua criação (1997) tem como prioridade, evidenciar com transparência todas as suas ações no campo da política de doação-transplante, visando primordialmente a confiabilidade do Sistema e a assistência de qualidade ao cidadão brasileiro. O Brasil possui hoje um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Com 548 estabelecimentos de saúde e 1.354 equipes médicas autorizados pelo SNT a realizar transplante, o Sistema Nacional de Transplantes está presente, através das Centrais Estaduais de Transplantes (CNCDO's), em 25 estados da federação, e em breve, todas as unidades da federação serão partes funcionantes do sistema.

A política Nacional de Transplantes
A política Nacional de Transplantes de órgãos e tecidos está fundamentada na Legislação (Lei nº 9.434/1997 e Lei nº 10.211/2001), tendo como diretrizes a gratuidade da doação, a beneficência em relação aos receptores e não maleficência em relação aos doadores vivos. Estabelece também garantias e direitos aos pacientes que necessitam destes procedimentos e regula toda a rede assistencial através de autorizações e reautorizações de funcionamento de equipes e instituições. Toda a política de transplante está em sintonia com as Leis nº 8.080/1990 e nº 8.142/1990, que regem o funcionamento do SUS.

Seja um doador
O passo principal para você se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o seu desejo de ser doador. Não é necessário deixar nada por escrito. A doação de órgãos pode ocorrer a partir do momento da constatação da morte encefálica. Em alguns casos, a doação em vida também pode ser realizada, em caso de parentesco até 4ºgrau ou com autorização judicial (não parentes).



Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004

I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica - Ministério da Saúde

O I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica, intitulado “O Farmacêutico que o Brasil necessita”, foi realizado em Brasília nos dias 13 e 14 de dezembro de 2007. A proposta para a realização deste fórum partiu do diálogo entre do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde com a Associação Brasileira de Ensino Farmacêutico (ABENFAR) a cerca da necessidade de serem definidos direcionamentos para a educação farmacêutica em todos os níveis: da qualificação dos profissionais dos serviços de saúde à formação na graduação e pós-graduação em farmácia.

Para a realização do I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica foi estabelecida parceria entre DAF/SCTIE/MS e ABENFAR. Todos os Cursos de Farmácia cadastrados junto ao MEC e diversas entidades de representação da classe farmacêutica e dos estudantes de farmácia foram convidadas a participar do evento através de contato por carta ou e-mail. Cento e vinte pessoas compareceram ao I Fórum, representando instituições de ensino, estudantes e entidades representativas de todas as regiões do país. O tema central para o Fórum, “O Farmacêutico que o Brasil necessita”, teve por objetivo estimular a construção de propostas para a educação diretamente relacionadas com a realidade social do país e as demandas da sociedade, especialmente do SUS, para o farmacêutico. Os sub-temas Articulação entre Graduação e Serviços de Saúde, Qualificação do Farmacêutico para o Sistema de Saúde, Pesquisa, Pós-graduação em Farmácia, Avaliação e Regulação da Educação Farmacêutica e Formação e Qualificação de Professores também foram debatidos nos grupos.



Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=27905

Farmácia Popular do Brasil - Ministério da Saúde

O que é o programa?
O Farmácia Popular do Brasil é um programa do Governo Federal que busca ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão do Ministério da Saúde e executora do programa, adquire os medicamentos de laboratórios farmacêuticos públicos ou do setor privado e disponibiliza nas farmácias a preço de custo.

Em cada Farmácia Popular, o usuário recebe atendimento personalizado, realizado por farmacêuticos e profissionais qualificados para orientar sobre os cuidados com a saúde e o uso correto dos medicamentos. A estrutura diferenciada das farmácias permite a adequada atenção farmacêutica e a realização de ações educativas, por meio da apresentação de vídeos, campanhas sobre a Aids e o combate a dengue, além de outras do interesse do Ministério da Saúde.

Para adquirir os medicamentos disponibilizados nas farmácias populares, basta o usuário apresentar uma receita médica ou odontológica da rede pública ou particular. Ela é importante para evitar a automedicação, que pode causar intoxicações ou mascarar sintomas de doenças importantes.

Por que o programa foi criado?
O programa nasceu para garantir que quem compra medicamento o compre melhor, sem interrupção no tratamento por falta de dinheiro. O Farmácia Popular do Brasil contribui para reduzir o impacto no orçamento familiar causado pela compra de remédios e, também, busca diminuir os gastos do SUS com as internações que são provocadas pelo abandono do tratamento.

Esses investimentos vêm aumentando ano a ano. Só em 2003, o Ministério da Saúde gastou R$ 380 milhões em internações provocadas por doenças coronarianas, como infarto, e R$ 142 milhões em internações provocadas por doenças cérebro vasculares, como derrame. Os gastos foram 21% e 18% maiores do que em 2002, quando as despesas foram de R$ 314 milhões e R$ 120 milhões, respectivamente.

Aquisição dos medicamentos:
Os remédios produzidos por laboratórios privados são comprados em pregões realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os 17 laboratórios oficiais são legalmente dispensados de licitação pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. A Fiocruz pode comprar diretamente deles. No caso da indústria, é feita uma licitação por pregão.

Como funcionam os subsídios?
O programa Farmácia Popular do Brasil do Ministério da Saúde prevê a subvenção do preço de um grupo de 12 medicamentos usados no tratamento da hipertensão e do diabetes. Com essa medida, o governo federal vai permitir o atendimento de cerca de 3,5 milhões de novos pacientes - número estimado de pessoas que fazem o tratamento na rede privada.

Estão cadastrados no SUS cerca de 7,7 milhões de hipertensos que já recebem os medicamentos. No caso de diabetes, são cerca de 3,9 milhões, sendo que 2,7 milhões são pacientes do SUS. A previsão do Ministério da Saúde é que o preço fique até 50% menor do que o praticado atualmente. O valor subsidiado está sendo negociado com o setor produtivo.

Como funcionará a redução do ICMS?
A redução foi aprovada pela Reforma Tributária e deverá ser implantada em 2005. A diminuição na alíquota de ICMS e deverá abranger uma lista de cerca de 2.800 medicamentos. O Ministério da Saúde estima que, com a redução na alíquota do produto, o preço final do medicamento seja reduzido de 12% a 15%.




Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21124&janela=1

Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

O governo federal aprovou a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, por meio do Decreto Presidencial Nº. 5.813, de 22 de junho de 2006, a qual se constitui em parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhorias na qualidade de vida da população brasileira.

Assim como as demais políticas públicas, a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápico ‐ PNPMF configura decisões de caráter geral que apontam rumos e linhas estratégicas de atuação governamental, reduzindo os efeitos da descontinuidade administrativa e potencializando os recursos disponíveis ao tornarem públicas, expressas e acessíveis à população e aos formadores de opinião as intenções do Governo no planejamento de programas, projetos e atividades.

As ações decorrentes desta política, manifestadas em um Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos ‐ PNPMF, são imprescindíveis para a melhoria do acesso da população aos medicamentos, à inclusão social e regional, ao desenvolvimento industrial e tecnológico, à promoção da segurança alimentar e nutricional, além do uso sustentável da biodiversidade brasileira e da valorização, valoração e preservação do conhecimento tradicional associado das comunidades tradicionais e indígenas.

Nesse sentido, o governo federal instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial para elaboração do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que em conformidade com as diretrizes e linhas prioritárias da Política Nacional estabelece ações pelos diversos parceiros em torno de objetivos comuns voltados à garantia do acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos em nosso País, ao desenvolvimento de tecnologias e inovações, assim como ao fortalecimento das cadeias e dos arranjos produtivos, ao uso sustentável da biodiversidade brasileira e ao desenvolvimento do Complexo Produtivo da Saúde.

Assim como as demais iniciativas do governo federal para a formulação e implementação de políticas públicas, a metodologia adotada favoreceu a construção participativa e democrática, envolvendo transversalmente todos os níveis e instâncias do governo e da sociedade na coleta sistemática de subsídios para construção de documento básico a ser discutido em diferentes instâncias.


Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=27838

Cancer

Cancro(português europeu) ou câncer(português brasileiro) , nomes comuns da neoplasia maligna, é uma doença caracterizada por uma população de células que cresce e se dividem sem respeitar os limites normais, invadem e destróem tecidos adjacentes, e podem se espalhar para lugares distantes do corpo, através de um processo chamado metástase. Estas propriedades malignas do câncer o diferencia dos tumores benignos, que são auto-limitados em seu crescimento e não invadem tecidos adjacentes (embora alguns tumores benignos sejam capazes de se tornarem malignos). O câncer pode afetar pessoas de todas as idades, mas o risco para a maioria dos tipos de câncer aumenta com o aumento da idade.[1] O câncer causa cerca de 13% de todas as mortes no mundo, sendo os cânceres de pulmão, estômago, fígado, cólon e mama os que mais matam.[2]

Quase todos os cânceres são causados por anomalias no material genético de células transformadas. Estas anomalias podem ser resultado dos efeitos de carcinógenos, como o tabagismo, radiação, substâncias químicas ou agentes infecciosos. Outros tipos de anormalidades genéticas podem ser adquiridas através de erros na replicação do DNA, ou são herdadas, e conseqüentemente presente em todas as células ao nascimento. As interações complexas entre carcinógenos e o genoma hospedeiro podem explicar porque somente alguns desenvolvem câncer após a exposição a um carcinógeno conhecido. Novos aspectos da genética da patogênese do câncer, como a metilação do DNA e os microRNAs estão cada vez mais sendo reconhecidos como importantes para o processo.

As anomalias genéticas encontradas no câncer afetam tipicamente duas classes gerais de genes. Os genes promotores de câncer, oncogenes, estão geralmente ativados nas células cancerígenas, fornecendo a estas células novas propriedades, como o crescimento e divisão hiperativa, proteção contra morte celular programada, perda do respeito aos limites teciduais normais e a habilidade de se tornarem estáveis em diversos ambientes teciduais. Os genes supressores de tumor estão geralmente inativados nas células cancerígenas, resultando na perda das funções normais destas células, como uma replicação de DNA acurada, controle sobre o ciclo celular, orientação e adesão nos tecidos e interação com as células protetoras do sistema imune.

O câncer é geralmente classificado de acordo com o tecido de qual as células cancerígenas se originaram, assim como o tipo normal de célula com que mais se parecem. Um diagnóstico definitivo geralmente requer examinação histológica da biópsia do tecido por um patologista, embora as indicações iniciais da malignidade podem ser os sintomas ou anormalidades nas imagens radiográficas. A maioria pode ser tratado e alguns curados, dependendo do tipo específico, localização e estadiamento. Uma vez diagnosticado, o câncer geralmente é tratado com uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Com o desenvolvimento das pesquisas, os tratamentos estão se tornando cada vez mais específicos para as diferentes variedades do câncer. Ultimamente tem havido um progresso significativo no desenvolvimento de medicamentos de terapia específica que agem especificamente em anomalias moleculares detectáveis em certos tumores, minimizando o dano às células normais. O prognóstico para os pacientes com câncer é muito influenciado pelo tipo de câncer, assim como o estadiamento, a extensão da doença. Além disso, a graduação histológica e a presença de marcadores moleculares específicos podem também ser úteis em estabelecer o prognóstico, assim como em determinar tratamentos personalizados.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cancro_%28tumor%29

Programa Mais Saúde - Ministério da Saúde

O Brasil vem construindo desde 1988 um sistema de saúde destinado a garantir a todos seus cidadãos o acesso universal e igualitário, com a maior quantidade de serviços possível, orientado pelas necessidades de sua gente e não pela sua renda ou posição social. Muitos obstáculos têm sido colocados para que esse propósito seja alcançado. É chegado o momento de dar um grande salto para que os brasileiros e brasileiras possam melhorar significativamente suas condições saúde e qualidade de vida, tendo mais acesso a ações e serviços de qualidade. MAIS SAÚDE constitui-se numa reorientação radical da política de saúde em busca deste objetivo. É um passo forte para que o Estado brasileiro garanta a todos o direito constitucional à saúde.

A partir do novo modelo, o setor saúde consolida-se como um campo gerador de empregos, renda e de divisas, através do esforço de indução do Governo e engajamento da iniciativa privada. Serão criados mais 3 milhões de novos empregos diretos e indiretos no setor, alcançando 12,5 milhões de postos de trabalho.

Não basta acrescentar mais recursos para a prestação de serviços sem uma mudança nos processos de gestão das redes e unidades assistenciais. Mais Saúde inova ao propor novos modelos de gestão como as fundações estatais de direito privado. Introduz novos mecanismos de gerenciamento de processos assistenciais modernizando a regulação do acesso aos serviços de saúde através do cartão nacional de saúde e da gestão de redes e de territórios assistenciais. Fortalece os mecanismos do controle social, aumentando a capacidade dos conselhos de saúde e dos mecanismos de ouvidoria e auditoria.

Cobrir vazios assistenciais, enfrentar as filas de espera, demora no atendimento, relações insatisfatórias entres profissionais e usuários estão entre as metas do MAIS SAÚDE. Racionalizar e potencializar o uso dos novos recursos, compartilhar gestão e investimentos com Estados e Municípios, estabelecer mecanismos formais de contratualização, com metas de saúde e de atendimento entre os gestores, melhorar a qualidade dos serviços, também serão alvos do MAIS SAÚDE.


Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pacsaude/

6º Congresso Brasileiro - Nursing

Segurança do Cliente e Família nos Diferentes Segmentos da Saúde

1° Congresso Internacional Interdisciplinar em Saúde
Congresso paralelo que vai contar com depoimentos, palestras e debates com profissionais especialistas no assunto e de destacada importância

Os profissionais mais importantes do país
Como acontece todos os anos, o Congresso reunirá os mais importantes profissionais da enfermagem brasileira. Uma oportunidade única para trocar idéias, atualizar técnicas e conceitos.

Interdisciplinaridade em destaque
As atividades e temas do Nursing - 6° Congresso Brasileiro - vão abordar e debater intensamente o tema da interdisciplinaridade

Mais informações no site: http://www.nursing.com.br/congresso/

terça-feira, 4 de março de 2008

Descoberta proteína de planta nordestina com efeito antimicrobiano

Por Danilo Rocha, da Ascom/UFPE
Estudo desenvolvido pelo Departamento de Bioquímica da UFPE descobriu numa lectina de origem vegetal, uma proteína, um alto poder no combate aos microorganismos como fungos e bactérias. Realizado no Laboratório de Glicoproteínas, o trabalho tem procurado isolar compostos de plantas que possam apresentar atividade antimicrobiana. O estudo contribui para futuras pesquisas no combate mais eficiente a doenças bacterianas como meningite, pneumonia, bronquite, diarréia, falência dos rins, infecção da pele, além das moléstias causadas por fungos, tais como a candidíase.
A idéia é desenvolver um remédio para estender à população. Por enquanto, os testes ainda se restringem ao laboratório (in vitro), não havendo previsão de testes em seres humanos (in vivo). Muitas bactérias que provocam efeitos maléficos ao homem estão apresentando certa resistência aos antibióticos usuais, o que obriga os cientistas a uma constante procura por novos meios de combate a esses microorganismos.
Desenvolvida pela doutoranda Neila Caroline Ximenes e orientada pela professora Maria Tereza dos Santos Correia, com co-orientação das professoras Maria das Graças Carneiro da Cunha e Luana Cassandra Breitenbach Barroso Coelho, do Departamento de Bioquímica, a pesquisa em si procura inicialmente isolar, purificar e caracterizar lectinas, principalmente de origem vegetal, e em seguida utilizá-las em diversas aplicações.
No processo foi obtido um extrato da vagem de uma planta popularmente conhecida como pau-ferro e largamente utilizada na medicina popular como analgésica, antifúngica, antitumoral e inúmeras outras aplicações. As pesquisadoras procuraram saber, portanto, se a lectina seria responsável por essa atividade na medicina popular.
Em testes de discos, o grupo constatou que halos (círculos) foram formados ao redor da lectina, o que impediu o aparecimento e crescimento de novos organismos. Dessa forma, percebeu-se que a lectina possuía ação bactericida /fungicida – para matar – e bacteriostática/fungiostática - com a função de impedir o crescimento. Em suma, com atividade antimicrobiana bastante satisfatória.
A proteína foi purificada através de um método conhecido por cromatografia, utilizando um polissacarídeo (açúcar) com o qual a proteína forma ligações reversíveis, ou seja, pode se ligar e desligar, o que facilita o trabalho quando se obtém um material que capture essas lectinas e depois as isole de todo o resto. Foi essa a metodologia utilizada no estudo que uniu a lectina ao carboidrato e em seguida desfez a união, para que se obtivesse apenas a proteína desejada.
Segundo Maria Tereza, após a purificação, a proteína é caracterizada pelo tamanho molecular, as ligações que realiza e suas diferentes resistências. “A lectina é resistente a altas temperaturas, o que lhe permite ser estudada em diversos meios, contrariando outras proteínas, que perdem sua constituição em ambientes com essas características”, afirma a professora. Finalizado esse processo, as pesquisadoras buscaram uma aplicação biológica, como um agente antimicrobiano. Foram selecionadas bactérias gran positivas e negativas, além de fungos que podem ter ação patológica no homem e nas plantas.
De acordo com Maria das Graças, alguns microorganismos produzem ação patógena no corpo humano. Outros convivem harmonicamente em nosso organismo, sendo maléficos à saúde humana quando há certo desequilíbrio nas taxas de defesa do homem. As pesquisadoras concluíram que a lectina contém um potente inibidor microbiano e realizaram teste para verificar a menor quantidade da lectina que fosse capaz de impedir o crescimento do microorganismo e até matá-lo.
A pesquisa da lectina já garantiu grande êxito por se tratar de uma descoberta baseada num produto abundante no Nordeste e, especialmente, interessante no combate a bactérias e fungos maléficos à saúde humana. Com essa visibilidade, o estudo foi apresentado em congressos nacionais, como a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, e está sendo submetido a uma revista científica internacional.

Mais informações
Departamento de Bioquímica
(81) 2126.8547/8576

Fonte: http://www.ufpe.br/new/visualizar.php?id=2964

Carne vermelha deixa molécula estranha no corpo humano

Carne vermelha e laticínios podem inserir uma molécula estranha aos seres humanos nos corpos daqueles que os consomem e podem ser a explicação para processos infecciosos na velhice, como a artrite, de acordo com um estudo publicado hoje na revista "Pnas" (Proceedings of the National Academy of Sciences).
Essa molécula, conhecida como Neu5Gc (sigla em inglês para ácido N-glicolilneuramínico), é encontrada em todos os mamíferos não-humanos. Como o corpo do homem não produz a substância, se ele a absorve pela ingestão da carne ou de alimentos em que o leite entre como componente, o organismo poderá reagir aos tecidos "contaminados", tomando-os por invasores e causando infecções.

Descoberta por acaso

A descoberta se deu mais ou menos por acaso. Os cientistas da Universidade da Califórnia desenvolveram anticorpos que atacariam o Neu5Gc, presente em tumores cancerosos, e notaram que os anticorpos atacaram também tecidos saudáveis.

Intrigados, os cientistas analisaram esses tecidos saudáveis e verificaram que eles traziam Neu5Gc em suas estruturas. Como o corpo humano não produz esse ácido, os cientistas concluíram que a presença do elemento se devia a sua ingestão por meio da alimentação; frutas, vegetais, ovos e carnes brancas apresentam níveis muito baixos de Neu5Gc.

"É concebível que a gradual absorção de Neu5Gc nas células do corpo, com subsequente ataque a esses tecidos por anticorpos, possa contribuir com os processos inflamatórios de diversas doenças", afirma Ajit Varki, co-autor do estudo.

Diversos estudos já haviam relacionado o consumo de carne ao câncer e a doenças do coração, bem como algumas desordens inflamatórias, mas sempre estudando o papel das gorduras saturadas presentes no alimento e nos subprodutos que surgiam no processo de cozimento, nunca o de um elemento como o Neu5Gc.

O estudo mostrou como o ácido é absorvido pelo tecido humano e que muitas pessoas desenvolvem uma reação imunológica a essa substância, atacando tecidos saudáveis por considerá-los elementos estranhos ao corpo.

No estudo sobre a absorção do Neu5Gc, três voluntários --os próprios pesquisadores-- participaram dos testes e verificou-se que, independentemente das quantidades ingeridas, o corpo retém apenas uma parte do ácido, eliminando o restante.

Os pesquisadores, entretanto, pedem cautela nas considerações sobre o estudo e dizem que relacionar o Neu5Gc com qualquer doença é prematuro. De qualquer modo, eles dizem que os resultados apontam para a necessidade de mensurar os níveis da substância em pessoas afetadas por doenças com as quais ela possa estar relacionada.

Fonte: FolhaOnLine

Neurofisiologia da memória

Memória é a capacidade de adquirir, reter e evocar, quando necessárias, informações que de alguma forma são relevantes.

O processo de aquisição, como já diz o nome, é a entrada de um dado por meio dos sensores externos, que é encaminhado aos sistemas neurais relativos à memória onde será armazenado por algum tempo que pode ser de segundos ou mesmo de anos pelo processo de retenção. Entre esses dois processos, acontece uma seleção de exatamente quanto desse evento ou mesmo se esse evento vai ser retido, e essa seleção é determinada pela importância desse evento (por exemplo, situações com grande carga emocional, como o nascimento de um filho) ou pela freqüência com que ele acontece (o armazenamento do nosso próprio nome), quando esse dado é retido por um grande tempo ou de forma definitiva dizemos que aconteceu a consolidação. A evocação é o ultimo processo da memória, seria o que rotineiramente é chamado de lembrança, é através dele que temos acesso aos dados que nos serão úteis no futuro.

O esquecimento é um processo natural, e não uma falha, é um mecanismo de limpeza, que tenta evitar uma sobrecarga de retenção de dados, e que vez ou outra nos deixa na mão deletando informações importantes, mas claro que pode haver defeitos no sistema de esquecimento tanto por excesso, amnésia, quanto por falta, hipermnésia, que provoca uma confusão nas informações por excesso de armazenamento.

O aprendizado está intimamente ligado à memorização, e nada mais é do que a aquisição equilibrada de novas informações que, armazenadas pela memória, guiarão o comportamento.

Classificações da memória

Divide-se de antemão as memórias em dois grandes grupos. Um chamado memória filogenética e o outro ontogenética. A memória filogenética é armazenada na bagagem genética, e promove comportamentos que são então selecionados. Essa memória é evidente ao se observar comportamento de insetos. Vários insetos vivem isolados, se encontrando apenas para reprodução. Eles nascem obviamente com uma série de comportamentos pré-programados que permitem sua sobrevivência. Já memória ontogenética, enfoque dos estudos neurofisiológicos, é adquirida em vida (mesmo que intra-uterina), é essencial para a sobrevivência dos animais que a possuem, mas não são repassadas geneticamente.

A memória ontogenética, por sua vez, possui diversas subdivisões. Uma interessante maneira de classificar estas subdivisões envolve dois critérios. Um critério é o tempo de duração da memória e o outro a sua natureza. Quanto ao tempo as memórias podem ser classificadas em ultra-rápida, de curta duração e de longa duração. A memória ultra rápida dura apenas alguns segundos. A de curta duração tem duração um pouco maior, podendo se estender por alguns minutos. A de longa duração, como é sabido, pode durar até mesmo uma vida inteira.

Quanto a natureza a memória pode ser subdividida em três subtipos. A explícita, aquela que podemos expressar com palavras (pode ser chamada de declarativa), a implícita que não faz sentido evocá-la por meio de palavras. Ao s e reconhecer rostos familiares sem que saiba explicar o porquê, fez-se uso da memória implícita. Um terceiro subtipo é a memória operacional. A memória operacional é armazenada momentaneamente para a realização de uma atividade. As informações de uma linha de raciocínio são um bom exemplo de memória operacional.

Pode-se dividir a memória explícita em outros dois subtipos: A epsódica, que é a memória de fatos seqüenciados, com referencia temporal (os acontecimentos de uma partida de futebol por exemplo), e a semântica que envolve informações atemporais (time que o indivíduo torce, nome de seus conhecidos e etc.).

A memória implícita também pode ser subdividida em quatro subtipos: memória implícita de representação perceptual, de procedimentos, associativa, não-associativa. A primeira se refere a informações sensoriais que são gravadas e que não é associado significado, é uma memória pré-consciente. A memória de procedimentos envolve hábitos e habilidades. A associativa é o que permite o armazenamentos de informações que ligam estímulos e respostas mutuamente. Quando pela repetição do estimulo se atenua ou hipersensibiliza uma resposta a memória em questão é a não associativa.

Bases Anatômicas da Memória

Hoje é possível afirmar que a memória não possui um único lócus. Diferentes estruturas cerebrais estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações adquiridas por aprendizagem.

Memória de curto prazo:

Depende do sistema límbico, envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas. Hoje em dia também se supõe que a consolidação temporária da informação envolve estruturas como o hipocampo, a amígdala, o córtex entorrinal e o giro para-hipocampal, sendo depois transferida para as áreas de associação do neocórtex parietal e temporal. As vias que chegam e que saem do hipocampo também são importantes para o estudo da anatomia da memória. Inputs (que chegam) são constituídos pela via fímbria-fórnix ou pela via perfurante. Importantes projeções de CA1 para os córtices subiculares adjacentes fazem parte dos outputs (que saem) do hipocampo. Existem também duas vias hipocampais responsáveis por interconexões do próprio sistema límbico, como o Circuito de Papez (hipocampo, fórnix, corpos mamilares, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e amígdala), e a segunda via projeta-se de áreas corticais de associação, por meio do giro do cíngulo e do córtex entorrinal, para o hipocampo que, por sua vez, projeta-se através do núcleo septal e do núcleo talâmico medial para o córtex pré-frontal, havendo então o armazenamento de informações que reverberam no circuito ainda por algum tempo.

Memória operacional:

Compreende um sistema de controle de atenção (executivo central), auxiliado por dois sistemas de suporte (de natureza vísuo-espacial e outro de natureza fonológica) que ajudam no armazenamento temporário e na manipulação das informações. O executivo central tem capacidade limitada e função de selecionar estratégias e planos, tendo sua atividade relacionada ao funcionamento do lobo frontal, que supervisiona as informações. Também o cerebelo está envolvido no processamento da memória operacional, atuando na catalogação e manutenção das seqüências de eventos, o que é necessário em situações que requerem o ordenamento temporal de informações. O sistema de suporte vísuo-espacial tem um componente visual, relacionado à região occipital e um componente espacial, relacionado a regiões do lobo parietal. Já no sistema fonológico, a articulação subvocal auxilia na manutenção da informação; lesões nos giros supramarginal e angular do hemisfério esquerdo geram dificuldades na memória verbal auditiva de curta duração. Esse sistema está relacionado à aquisição de linguagem.

Memória de Longo Prazo:

a. Memória explícita:

Depende de estruturas do lobo temporal medial (incluindo o hipocampo, o córtex entorrinal e o córtex para-hipocampal) e do diencéfalo. Além disso, o septo e os feixes de fibras que chegam do prosencéfalo basal ao hipocampo também parecem tem importantes funções. Embora tanto a memória episódica como a semântica dependam de estruturas do lobo temporal medial, é importante destacar a relação dessas estruturas com outras. Por exemplo, pacientes idosos com disfunção dos lobos frontais têm mais dificuldades para a memória episódica do que para a memória semântica. Já lesões no lobo parietal esquerdo apresentam prejuízos na memória semântica.

b. Memória implícita:

A aprendizagem de habilidades motoras depende de aferências corticais de áreas sensoriais de associação para o corpo estriado ou para os núcleos da base. Os núcleos caudado e putâmen recebem projeções corticais e enviam-nas para o globo pálido e outras estruturas do sistema extra-piramidal, constituindo uma conexão entre estímulo e resposta. O condicionamento das respostas da musculatura esquelética depende do cerebelo, enquanto o condicionamento das respostas emocionais depende da amígdala. Já foram descritas alterações no fluxo sanguíneo, aumentando o do cerebelo e reduzindo o do estriado no início do processo de aquisição de uma habilidade. Já ao longo desse processo, o fluxo do estriado é que foi aumentado. O neo-estriado e o cerebelo estão envolvidos na aquisição e no planejamento das ações, constituindo, então, através de conexões entre o cerebelo e o tálamo e entre o cerebelo e os lobos frontais, elos entre o sistema implícito e o explícito.

Bases Moleculares do armazenamento da memória

O mecanismo utilizado para o armazenamento de memórias em seres vivos ainda não é conhecido. Estudos indicam a LTP (long-term potential) ou potencial de longa duração como a principal candidata para tal mecanismo. A LTP foi descoberta por Tim Bliss e Terje Lomo num estudo sobre a capacidade das sinapses entre os neurônios do hipocampo de armazenarem informações. Descobriram que um pequeno período de atividade elétrica de alta freqüência aplicado artificialmente a uma via hipocampal produzia um aumento na efetividade sináptica. Esse tipo de facilitação é o que chamamos de LTP. Os mecanismos para indução de LTP podem ser dos tipos associativos ou não-associativos.

A LTP apresenta diversas características que a tornam uma candidata muito apropriada para o mecanismo do armazenamento de longa duração. Primeira, ocorre em cada uma das três vias principais mediante as quais a informação flui no hipocampo: a via perforante, a via das fibras musgosas e a via das colaterais de Schaffer. Segunda, é induzida rapidamente e, por fim, depois de induzida ser estável. Isso permite a conclusão de que a LTP apresenta características do próprio processo de memória, ou seja, pode ser formada rapidamente nas sinapses apropriadas e dura por um longo tempo. Vale lembrar que apesar da LTP apresentar características em comum com um processo ideal de memória, não se consegue provar que ela seja o mecanismo utilizado para o armazenamento de memória.

Em relação à LTP na via das fibras musgosas e na via das colaterais de Schaffer, pode-se melhor detalhar da seguinte maneira:

a. Fibras Musgosas:

As informações recebidas pelo giro denteado do córtex entorrinal são transmitidas para o hipocampo através das células granulares, as quais os axônios formam a via das fibras musgosas que termina nos neurônios piramidais da região CA3 do hipocampo. As fibras musgosas liberam glutamato como neurotransmissor. A LTP nas fibras musgosas é do tipo não associativa, ou seja, não depende de atividade pós-sináptica ou de outros sinais chegando simultaneamente , depende apenas de um pequeno surto de atividade neural de alta freqüência nos neurônios pré-sinápticos e do conseqüente influxo de cálcio. Esse influxo de cálcio ativa uma adenilato ciclase dependente de cálcio e calmodulina(tipo1); essa enzima aumenta o nível de AMPc e o AMPc ativa a proteína cinase dependente de AMPc(PKA). Essa cinase adiciona grupamentos fosfato a certas proteínas e, assim, ativa algumas e inibe outras. A LTP nas fibras musgosas pode ser influenciada por sinais de entrada modulatórios pela noradrenalina. Esse sinais de entrada ativam receptores aos quais os transmissores se ligam, e esses receptores ativam a adenilato ciclase. O papel da LTP nas fibras musgosas sobre a memória ainda é obscuro.

b. Colaterais de Schaffer:

As células piramidais na região CA3 do hipocampo enviam axônios para a região CA1 formando a via das colaterais de Schaffer. A LTP nestas é do tipo associativa, ou seja, requer atividade concomitante tanto pré quanto pós-sináptica. Assim, a LTP só pode ser induzida na via das colaterais de Schaffer se receptores do glutamato do tipo NMDA forem ativados nas células pós-sinápticas. É importante lembrar que há dois receptores importantes para o glutamato: o NMDA e o não-NMDA. O canal do receptor NMDA não funciona rotineiramente pois está bloqueado por íons magnésio que são deslocados apenas quando um sinal muito forte é gerado na célula pós-sináptica. Tal sinal faz com que as células pré sinápticas disparem em alta freqüência resultando numa forte despolarização que expelem o magnésio e permitem o influxo de cálcio. Essa entrada de cálcio desencadeia uma cascata de reações que é responsável pelo aumento persistente da atividade sináptica. Esse achado foi interessante pois forneceu a primeira evidência para a proposta de Hebb que estabelecia que “quando um axônio da célula A (...) excita a célula B e repetidamente ou persistentemente segue fazendo com que a célula dispare, algum processo de crescimento ou alteração metabólica ocorre em uma ou ambas as células, de forma que aumente a efetividade, (eficácia) de A como uma das células capazes de fazer com que B dispare”. Um dos mecanismos responsáveis pelo fortalecimento dessa conexão é o aumento na sensibilidade de receptores AMPA. Outra possibilidade é a redução na reciclagem de receptores AMPA, permitindo que eles permaneçam ativos por mais tempo. Além disso, após uma indução sináptica de LTP, há um aumento na liberação de transmissores dos terminais pré-sinápticos.

À medida que se inicia a fase tardia da LTP, diversas horas após a indução, os níveis de AMPc aumentam e esse aumento do AMPc no hipocampo é seguido pela ativação da PKA e da CREB-1. A atividade de CREB-1 no hipocampo parece levar à ativação de um conjunto de genes de resposta imediata e esses genes atuam de forma a iniciar o crescimento de novos sítios sinápticos. Estudos mostraram que a PKA, proteína cinase, é de extrema importância para a conversão da memória de curta em memória de longa duração, talvez porque a cinase fosforila fatores de transição como a CREB-1, que por sua vez ativam as proteínas necessárias para uma LTP duradoura.

Neuromodulação da memória

Existem acontecimentos nas nossas vidas que não esquecemos jamais. Entretanto, nem tudo que nos acontece, fica gravado na nossa memória para sempre. Como o cérebro determina o que merece ser estocado e o que é lixo?

Antes de discutirmos os mecanismos neurais que filtram os acontecimentos de nossas vidas, é importante lembrar que a consolidação da memória ocorre momentos imediatamente após o acontecimento em questão. Assim, sistemas neuro-hormonais agem nesse momento para fortalecer ou enfraquecer a memorização.

A ß-endorfina parece ser a substância ligada ao esquecimento. Este processo, apesar de algumas vezes indesejável (como numa prova, por exemplo), é fundamental do ponto de vista fisiológico. Afinal, seria inviável a vida sem nenhuma espécie de "filtro" na memória (vide hipermnésia). Outras substâncias, como morfinas, encefalinas, ACTH e adrenalina (as duas últimas em altas doses) facilitam a liberação de ß-endorfina, levando ao esquecimento. É por isso que situações carregadas de stress emocional podem levar a amnésia anterógrafa, que é o que acontece quando, após um acidente de carro, o indivíduo não consegue relatar o que lhe aconteceu minutos antes.

O que determina então se uma informação deve ser armazenada? Quando uma informação relativamente importante é detectada, ocorre a liberação de doses moderadas de ACTH, (noradrenalina, dopamina) e acetilcolina que agem facilitando a consolidação da memória. Contudo, doses altas dessa substância têm efeito contrário, provavelmente, pelo bloqueamento dos canais iônicos.

Outra substância fundamental no processamento da memória é o GABA (ácido gama-aminobutírico), um importante neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central. Drogas que influenciem a liberação de GABA podem modular o processo da memorização. Antagonistas GABAérgicos (em doses subconvulsantes, pois o bloqueio total da ação do GABA pode produzir ansiedade, alta atividade locomotora e convulsões) facilitam a memorização e agonistas(substâncias que mimetizam a ação do GABA) a prejudicam. As benzodiazepinas, os tranquilizantes mais prescritos e vendidos no mundo, facilitam a ação do GABA e, portanto, podem afetar a memória. Existem relatos de pacientes que apresentam amnésia anterógrada após tratamento com diazepam (nome clínico para as benzodiazepinas).

Sabe-se também que antagonistas dos receptores colinérgicos, glutaminérigos do tipo NMDA e adrenérgicos levam a um déficit de memória, pois dificultam a ação das substâncias facilitadoras da memória no interior da célula.

A serotonina (outro neurotransmissor) exerce importante papel na consolidação da memória de longo prazo, que parece estar ligada a síntese protéica. A serotonina age através de receptores metabotrópicos que aumentarão os níveis de AMPcíclico levando a uma cascata de fosforilação de quinases. Isto aumenta a transcrição do DNA e, conseqüentemente, síntese protéica.

Os neuropeptídeos também influenciam a memorização. Pesquisas recentes envolvendo a substância P indicam que ela pode ter efeitos tanto reforçando a memória quando a prejudicando, dependendo do local na qual ela terá atividade.

Por fim, é importante ressaltar o papel da amígdala na modulação da memória, notadamente do núcleo basolateral. Esta estrutura recebe informações das modalidades sensitivas e as repassa para diferentes áreas do cérebro ligadas a funções cognitivas. Devido a seu papel central na percepção das emoções, a amígdala participa da modulação dos primeiros momentos da formação de memória de longo prazo mais alertantes ou ansiogênicos e em alguns aspectos de sua evocação. Quando hiperativada, especialmente pelo stress, ela pode produzir os temíveis brancos.

Amnésia

A capacidade de armazenar fatos ou lembrá-los de forma consciente denomina-se memória. A retenção de informações e acontecimentos pode ser dividida em dois sistemas muito estudados: a memória a curto prazo (MCP); de capacidade limitada e pequena duração; e a memória a longo prazo (MLP); mais estável e duradoura.

A informação captada pelo sistema sensorial é processada e armazenada no MCP, para que ela se consolide como memória a longo prazo tal informação deve ser exercitada e repetida a fim de facilitar a transferência para esse último sistema. A formação dessa memória estável não ocorre de maneira imediata. A administração de fármacos, estímulos elétricos em certas regiões do encéfalo podem facilitar a consolidação da memória. Os variados estímulos processados e armazenados justificam a existência de diferentes tipos de sistemas de memória a longo prazo. Segundo Tulving, o tipo mais sofisticado refere-se à memória de momentos específicos da vida. O nível seguinte têm-se a memória semântica que permite o reconhecimento de objetos e situações. A memória episódica é mais frágil que a semântica.

A amnésia consiste justamente na incapacidade de se processar e armazenar fatos ou idéias no MCP ou no MLP. A amnésia orgânica consiste em mal funcionamento das células nervosas o que acarreta diminuição no registro e retençãode informações. A amnésia psicogênica é consequência de fatos psicológicos que inibem a recordação de certos episódios vividos. Muitas amnésias podem ser mistas, ou seja, contam com fatores psicogênicos e orgânicos.

Quanto a cronologia a amnésia pode ser dividida em retrógrada e anterógrada. A primeira, refere-sea incapacidade de relembrar fatos ocorridos antes do disturbio. A segunda, de armazenar novas informações (distúrbio de retenção). As causas principais da amnésia são traumatismo craniano, tumor cerebral, infecção intracraniana, intoxicação, doenças cerebrais e deficiência de vitamina B.

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, é uma doença neurodegenerativa cujo curso desenvolve-se ao longo de 5 a 10 anos, de forma progressiva e inexorável. Essa doença afeta cerca de 40% da população acima de 85 anos e aproximadamente 10% das pessoas entre 65 e 85 anos. Sua alta incidência nestas faixas demográficas, que estão em crescimento, caracteriza-a como um grave problema de saúde pública.

A doença foi descrita pela primeira vez em 1907 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer. Desde então são conhecidos tanto os principais sintomas da doença (déficit de memória, acompanhado por perda progressiva das capacidades cognitivas), quanto seus achados anatômicos patológicos: as placas neuríticas ou senis, os emaranhados neurofibrilares e a perda de neurônios.

É comum uma relativa perda de memória com avanço da idade. No entanto, o padrão de morte celular nesse caso é bastante diferente do encontrado na doença de Alzheimer. Enquanto no envelhecimento saudável a perda celular ocorre no giro denteado e no subículo, na doença de Alzheimer os primeiros alvos são o córtex entorrinal e a região CA1 do hipocampo. O córtex entorrinal é responsável pela entrada de sinais na formação hipocampal e a região CA1 faz parte desta. Esses danos à formação hipocampal explicam o fato da doença de Alzheimer se iniciar com problemas de memória.

Outro sítio de perda celular bastante importante é o núcleo basal de Meynert, que é constituído de um conjunto de neurônios colinérgicos. Estes neurônios são moduladores e se projetam amplamente ao córtex. Deste modo, a sua perda prejudica as funções mentais superiores.

As placas neuríticas ou senis fazem parte dos achados anatômicos patológicos da doença de Alzheimer e são acúmulos extracelulares constituídos por uma pequena proteína chamada beta-amilóide ou A-beta. Esta proteína é derivada de outra maior, a precursora de beta-amilóide ou APP, normalmente encontrada nas membranas das células nervosas. Não se sabe qual a função da APP no encéfalo saudável. Já foi demonstrado que a A-beta degenera células nervosas em cultura, indicando que a sua ocorrência desencadeia o início da doença de Alzheimer.

Os emaranhados fibrilares, por sua vez, são inclusões intracelulares filamentosas. Estas são constituídas por uma forma insolúvel de uma proteína normalmente solúvel, a proteína tau, que faz parte do citoesqueleto. Neste caso, o citoesqueleto encontra-se anormal, prejudicando o transporte de proteínas ao longo dos axônios até o terminal nervoso, comprometendo a função e a efetividade dos neurônios.

Entre os fatores ambientais mais estudados está a intoxicação por alumínio, visto que este elemento encontra-se em taxas 30 vezes maiores no cérebro de portadores da doença de Alzheimer.

Os tratamentos atuais da doença de Alzheimer têm focalizado a perda de neurônios colinérgicos, não evitando ou retardando sua morte, mas através de drogas que aumentam a liberação de neurotransmissores nos neurônios remanescentes. Novos tratamentos com novas abordagens vem sendo desenvolvidos. Por exemplo, drogas que inibem as proteases que produzem o peptídeo A-beta a partir da APP.

Síndrome de Korsakoff

Essa síndrome foi descrita pela 1ª vez pelo médico russo Sergei Korsakoff no início do século XIX. Sua principal característica é a perda de memória que acompanha certos casos de alcoolismo crônico. Uma característica bastante peculiar desta síndrome é a chamada confabulação. Esta é usada pelo paciente para preencher lacunas em suas lembranças. Em geral essas lacunas são preenchidas com memórias reais, mas que ocorreram em outros momentos, ou seja, estão temporalmente desconexas. A amnésia característica desta síndrome é a anterógrada, mas memórias de um passado relativamente recente também se encontram deficitárias. Outros sintomas importantes da síndrome são a apatia, a indiferença, a falta de iniciativa e o baixo conteúdo verbal.

Estudos sobre a origem da doença não indicam um fator genético, logo o grande culpado é mesmo o alcoolismo crônico. Mais precisamente, a culpa é da falta de uma das vitaminas do complexo B, a tiamina. Esta falta é decorrente do alcoolismo crônico que causa má absorção gastrointestinal, aumento da demanda vitamínica devido ao alto grau calórico do álcool e, associada a esses fatores, existe também a desnutrição da dieta praticamente limitada ao álcool. Essa deficiência vitamínica causa lesões por todo o tecido cerebral, mas concentra-se especialmente nos corpos mamilares e no núcleo dorsomedial do tálamo. Este núcleo talâmico recebe informações do sistema límbico e envia projeções para o córtex frontal. Logo, o fato do núcleo estar lesionado explica os déficits cognitivos e de memória.

O tratamento para essa síndrome consiste, basicamente, na administração de altas doses de cloreto de tiamina. Em casos mais leves, há uma regressão do quadro com poucas semanas de tratamento. Já em casos em que a amnésia associada a alterações neuronais já está estabelecida, o tratamento a base de vitaminas se mostra ineficiente, podendo então ser utilizado o tratamento farmacológico para o quadro sintomático, mas não há um retorno total da memória.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Neurofisiologia_da_mem%C3%B3ria