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terça-feira, 4 de março de 2008

Descoberta proteína de planta nordestina com efeito antimicrobiano

Por Danilo Rocha, da Ascom/UFPE
Estudo desenvolvido pelo Departamento de Bioquímica da UFPE descobriu numa lectina de origem vegetal, uma proteína, um alto poder no combate aos microorganismos como fungos e bactérias. Realizado no Laboratório de Glicoproteínas, o trabalho tem procurado isolar compostos de plantas que possam apresentar atividade antimicrobiana. O estudo contribui para futuras pesquisas no combate mais eficiente a doenças bacterianas como meningite, pneumonia, bronquite, diarréia, falência dos rins, infecção da pele, além das moléstias causadas por fungos, tais como a candidíase.
A idéia é desenvolver um remédio para estender à população. Por enquanto, os testes ainda se restringem ao laboratório (in vitro), não havendo previsão de testes em seres humanos (in vivo). Muitas bactérias que provocam efeitos maléficos ao homem estão apresentando certa resistência aos antibióticos usuais, o que obriga os cientistas a uma constante procura por novos meios de combate a esses microorganismos.
Desenvolvida pela doutoranda Neila Caroline Ximenes e orientada pela professora Maria Tereza dos Santos Correia, com co-orientação das professoras Maria das Graças Carneiro da Cunha e Luana Cassandra Breitenbach Barroso Coelho, do Departamento de Bioquímica, a pesquisa em si procura inicialmente isolar, purificar e caracterizar lectinas, principalmente de origem vegetal, e em seguida utilizá-las em diversas aplicações.
No processo foi obtido um extrato da vagem de uma planta popularmente conhecida como pau-ferro e largamente utilizada na medicina popular como analgésica, antifúngica, antitumoral e inúmeras outras aplicações. As pesquisadoras procuraram saber, portanto, se a lectina seria responsável por essa atividade na medicina popular.
Em testes de discos, o grupo constatou que halos (círculos) foram formados ao redor da lectina, o que impediu o aparecimento e crescimento de novos organismos. Dessa forma, percebeu-se que a lectina possuía ação bactericida /fungicida – para matar – e bacteriostática/fungiostática - com a função de impedir o crescimento. Em suma, com atividade antimicrobiana bastante satisfatória.
A proteína foi purificada através de um método conhecido por cromatografia, utilizando um polissacarídeo (açúcar) com o qual a proteína forma ligações reversíveis, ou seja, pode se ligar e desligar, o que facilita o trabalho quando se obtém um material que capture essas lectinas e depois as isole de todo o resto. Foi essa a metodologia utilizada no estudo que uniu a lectina ao carboidrato e em seguida desfez a união, para que se obtivesse apenas a proteína desejada.
Segundo Maria Tereza, após a purificação, a proteína é caracterizada pelo tamanho molecular, as ligações que realiza e suas diferentes resistências. “A lectina é resistente a altas temperaturas, o que lhe permite ser estudada em diversos meios, contrariando outras proteínas, que perdem sua constituição em ambientes com essas características”, afirma a professora. Finalizado esse processo, as pesquisadoras buscaram uma aplicação biológica, como um agente antimicrobiano. Foram selecionadas bactérias gran positivas e negativas, além de fungos que podem ter ação patológica no homem e nas plantas.
De acordo com Maria das Graças, alguns microorganismos produzem ação patógena no corpo humano. Outros convivem harmonicamente em nosso organismo, sendo maléficos à saúde humana quando há certo desequilíbrio nas taxas de defesa do homem. As pesquisadoras concluíram que a lectina contém um potente inibidor microbiano e realizaram teste para verificar a menor quantidade da lectina que fosse capaz de impedir o crescimento do microorganismo e até matá-lo.
A pesquisa da lectina já garantiu grande êxito por se tratar de uma descoberta baseada num produto abundante no Nordeste e, especialmente, interessante no combate a bactérias e fungos maléficos à saúde humana. Com essa visibilidade, o estudo foi apresentado em congressos nacionais, como a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, e está sendo submetido a uma revista científica internacional.

Mais informações
Departamento de Bioquímica
(81) 2126.8547/8576

Fonte: http://www.ufpe.br/new/visualizar.php?id=2964

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